No início do mês de junho circularam na internet fotos de uma atividade no mínimo controversa proposta por uma escola particular do Rio Grande do Sul. Como um dos temas de fantasias para o conhecido “pedágio” – um momento de descontração em que alunos pré-vestibulandos usam roupas temáticas – a Instituição Evangélica de Nova Hamburgo (IENH) decidiu indagar a seus alunos: e se nada der certo?

O que era para ser uma espécie de comemoração pela conclusão do Ensino Médio tornou-se palco para a reprodução de uma visão de mundo classista, de desvalorização de certas atividades profissionais:

Em meio à confusão gerada pela revolta dos usuários nas redes sociais, surgiram fotos de outra escola com o mesmo tema: os alunos do Colégio Marista Champagnat, de Porto Alegre, também se vestiram à caráter para um “pedágio” com o mesmo tema. A festa teria ocorrido, no entanto, em 2015.

Diversas pessoas começaram a manifestar sua insatisfação com a atividade proposta pelas escolas e a atitude dos jovens estudantes. Desde postagens no Facebook, até redação de colunas em jornais e vídeos, os textos multiplicaram-se pela rede:

A instituição publicou nota de esclarecimento em suas redes sociais com o objetivo de desfazer o suposto “mal entendido”. Segundo o texto, atividades como a desenvolvida “auxiliam na sensibilização dos alunos quanto a conscientização da importância de pensar alternativas no caso de não sucesso no vestibular e também a lidar melhor com essa fase”.

O Colégio Marista Champagnat também retratou-se por meio das redes sociais:

A nota publicada pelo IENH não ajudou a acalmar os ânimos, pelo contrário. Muitos consideraram seu texto uma “piada”. O que deveria ter sido uma retratação saiu como um tiro pela culatra:

Por outro lado, houve também quem entendesse como desproporcionais as reações ao pedágio “e se nada der certo?”:

Houve ainda quem fizesse piada com a polêmica: